sexta-feira, 16 de julho de 2010

Viagem de poucos minutos

Senti meu coração parar por alguns minutos.
Ninguém notava minha presença.
A única coisa que lembro
é do meu corpo jogado no chão,
mas já faz tempo.
Abri os olhos e levantei-me do chão.
Me deparei com o verde da grama,
tão vivo que parecia um imenso tapete de esmeraldas.
Borboletas sobrevoavam uma enorme variedade de flores
que eu nunca vira antes.
Perto dali, avistei um silencioso riacho.
suas águas lembravam cristais azulados de tão puro.
Os raios de sol eram serenos,
meus olhos não se incomodavam mas.
Ali não existia mais ninguém,
tudo era tão confuso e inacreditável.
Eu não entendia nada.
Não sentia fome nem sede,
não sentia saudades de ninguém.
Minha roupa estava limpa,
não havia cheiro, não havia sangue.
Sentei-me à beira do riacho,
não tinha noção das horas,
e a noite parecia não existir.
De repente, ouvi o som de uma ocarina
que vinha se achegando bem lentamente.
Era tão belo que as borboletas
pareciam dançar acima das flores,
enquanto algumas pétalas brancas
subiam em formato espiral.
Meus olhos estavam fascinados.
Meus ouvidos, atentos e apaixonados.
num momento senti meus olhos pesarem.
meu corpo estava cansado,anestesiado.
sem perceber adormeci...
Senti meu coração parar por alguns minutos.
A única coisa que lembro
é de uma sirene de ambulância.

Eduardo Souza

Nenhum comentário:

Postar um comentário